sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Dois Pais

Aprendendo no Intervalo

Dentro da temática GLBT, ao tocar no assunto escola, as primeiras queixas que aparecem são quanto à discriminação dos colegas. O que não é fácil, pois o convívio é contínuo e diário. No entanto, é importante salientar que não são apenas os alunos com uma orientação sexual não-hetero que sofrem com isso. São alvos das piadinhas maldosas, os altos, gordos, baixos, sardentos, etc. Qualquer motivo é motivo para marcar a diferença. Não é apenas com você!

A adolescência é uma fase de grande necessidade de auto afirmação e isso depende muito do coletivo. Por isso, é muito importante sentir-se inserido em um grupo: dentro da sala, no intervalo ou na aula vaga. Para ter esse reconhecimento, infelizmente, é comum que alguns jovens usem de atitudes depreciativas para chamar atenção. Diante dessa situação, é exigido uma maior maturidade por parte da “vítima” desses comentários para não entender essas palavras e atitudes como algo real. Ou seja: você não é aquilo que falam!

É lastimável que ainda estejamos em uma época em que esses comportamentos típicos do ambiente escolar às vezes ultrapassem a linha da zombaria gratuita, podendo tornar-se atos violentos e criminosos. Para evitar isso, é válido manter um responsável (mesmo que “de fora” da escola, como um irmão mais velho, pais ou amigos) informado das coisas que estão ocorrendo. E sempre avaliar o perigo real que pode haver. A mudança dessas coisas não depende apenas de você, dos seus colegas ou da sua escola. Trata-se de uma mudança social mais ampla que depende de vários passos e estratégias.

Fique de olho: é preciso estar atento ao preconceito ou qualquer outro tipo de abuso por parte de professores ou outros funcionários. Não se pode permitir a homofobia e devemos nos proteger, mas sempre com serenidade e sabedoria para que a causa não se perca entre atitudes equivocadas. A homofobia é punida pela Lei 10.948 e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) garante que crianças e adolescentes não sejam alvo de discriminação.

Vanessa Oliveira
5º ano de Psicologia da UNESP.
vanessa.escrita@gmail.com