terça-feira, setembro 26, 2006

Família Hoje

Quando se fala em família, ainda nos dias de hoje é super valorizada aquela formada por pai, mãe e filhos, onde o homem é quem trabalha e cabe a sua esposa os cuidados do lar. O que nos trás à mente a seguinte questão: será que no dia a dia é essa a família com a qual temos contato? Será que os tempos não mudaram o suficiente para que se crie uma nova concepção de família?

Com a entrada e consolidação da mulher no mercado de trabalho surgem novas configurações de família. Há homens que são donos de casa, enquanto as mulheres ganham o pão de cada dia. E mães solteiras que se desdobram entre os afazeres domésticos, cuidados com filhos e trabalho. Outras são compostas somente por pai e filhos. Ou avós e netos. E o caso de sobrinhos que moram com os tios? Não tem estas outras formações o mesmo valor?

Mais complicado ainda é a situação das famílias compostas por gays, lésbicas, bis ou trans. Diz a lei que família é formada pela união de um homem com uma mulher, e conseqüentemente os filhos advindos dessa união. Mas, numa união entre dois homens ou duas mulheres não há o mesmo amor e respeito que numa união heterossexual?

Na questão adoção a polêmica é ainda maior. Um casal GLBT não tem as mesmas condições de educar e cuidar de uma criança, dando toda a estrutura necessária para um desenvolvimento saudável?

São questões que dividem opiniões na sociedade. Infelizmente ainda estamos distantes de um desfecho favorável. Por isso nós, GLBTs, lutamos, para que um dia nossas famílias sejam reconhecidas.

Ricardo Gambôa
Psicólogo do Projeto
Tenho Orgulho e Me Cuido

Família Ideal e Família Real

Se pensássemos em uma família ideal, como ela seria?

Seja qual for a formação, amor e respeito às diferenças, são quesitos fundamentais. Só com base nestes quesitos os pais podem dar limites aos filhos, conselhos. Orientar para a vida. Este é o papel de toda família.

Outro ponto é o diálogo, que deveria estar sempre presente. Afinal, é conversando que a gente se entende!

Mas, na prática, nem todas as famílias funcionam desse jeito!

Quando a questão é orientação sexual, o medo de se abrir por causa de ameaças homofóbicas, bastante presentes dentro de casa, faz com que, às vezes, esse diálogo tão fundamental não aconteça. Contar para a família é complicado! Entram em jogo valores, preconceitos, religião... E não é muito fácil lutar contra tudo isso.

Então, o que fazer? Contar ou não?

Não há resposta para esta questão. Depende de cada caso. Existem pessoas que preferem separar a vida com os amigos, namorad@s e na balada, da familiar. Privacidade é um direito de todos e cabe só a você analisar e decidir o que é melhor.

E o que fazer quando realmente não dá pra conversar com a família?

Abrir-se com um amigo ou alguém em quem você realmente confie pode ajudar.

Outra possibilidade é entrar em contato com pessoas que passaram ou passam pela mesma situação que você. Existem diversos grupos que podem oferecer essa experiência, como, por exemplo, o JA.

Os espaços de convivência GLBT (como algumas famosas ruas de Sampa, que têm uma crescente freqüência jovem) também podem ser importantes aliados!

O mais importante nesse momento é lembrar que você não está sozinho!

Ricardo Gambôa
Psicólogo do Projeto
Tenho Orgulho e Me Cuido